segunda-feira, 20 de julho de 2015
sábado, 18 de julho de 2015
Férias na praia
Nas férias havia também a praia , a viagem para lá chegar com os inúmeros preparativos , o abrir da casa e rever as divisões feitas para viver um Verão cheio de marezias , as saídas para a esplanada e para ir comprar gelados .
Mas havia nessas férias principalmente pés a fugir da areia quente , o mudar o fato de banho molhado depois de um banho em água gelada e salgada , aquelas areias que se metiam nas dobras da roupa e que por mais que sacudisse não desaparecia por completo .....as bolas de Berlim cheias de açúcar ,tão apetitosas mas que ao trincar entre o açúcar com canela se encontrava sempre...sempre um salgado grão de areia ....nada , nem as deliciosas bolachas americanas chegavam para compensar o desconforto da praia .
De noite no quarto da janela aberta não vinha o agradável cheiro a terra quente mas um ar húmido , salgado , que se colava ao corpo e escorregava por entre os lençóis trazidos da quinta tentado encontrar e abafar o aroma a alfazema que lhes pertencia.
Não gostava especialmente do passadiço feito com ripas de tábuas que serpenteava desde a borda da praia , o paredão como lhe chamavam até à tenda de lona azul onde tinha o balde , as pás , as formas junto a uma série de brinquedos a que não achava graça , assim como não achava à brincadeira de fazer castelos de areia molhada ali na borda do mar para o ver aproximando aos poucos e aos poucos desfazendo um a um cada um dos seus torreões deixando a areia molhada espalhada sem graça misturada com a espuma das ondas .....mas que graça tinha tudo aquilo .....? e sentada à beira mar , sentindo areia entrar para dentro do fato de banho que começava a picar , as mãos engelhadas pela permanência na água , os dedos ficando de um tom arroxeado e doendo , suspirava pela sombra do pomar , pelo som suave e cantarolado do riacho tão diferente do ruído agressivo do imenso mar que se estendia até perder de vista......
Não , aquelas férias na praia , com as tardes sentada na esplanada comendo gelado que pingava um molho doce e pegajoso , incomodo e desagradável nas mãos e invariavelmente no vestido tornando tudo num conjunto que pedia " vamos lavar com água doce ..."
Não aquilo apesar de lhes chamarem férias de Verão não eram as minha férias !
Era uma espécie de doloroso intervalo das férias até de novo regressar á quinta , ao quarto por onde de noite pela janela aberta entrava o cheiro a terra quente o suspiro do cão , o refilar do mocho , o canto longínquo das rãs e onde adormecia sem cuidados , mergulhada naquela segurança de que o dia ia acordar com a casa a cheirar a fatias douradas .....
Isso sim eram as férias grandes , as Ferias de Verão
Mas havia nessas férias principalmente pés a fugir da areia quente , o mudar o fato de banho molhado depois de um banho em água gelada e salgada , aquelas areias que se metiam nas dobras da roupa e que por mais que sacudisse não desaparecia por completo .....as bolas de Berlim cheias de açúcar ,tão apetitosas mas que ao trincar entre o açúcar com canela se encontrava sempre...sempre um salgado grão de areia ....nada , nem as deliciosas bolachas americanas chegavam para compensar o desconforto da praia .
De noite no quarto da janela aberta não vinha o agradável cheiro a terra quente mas um ar húmido , salgado , que se colava ao corpo e escorregava por entre os lençóis trazidos da quinta tentado encontrar e abafar o aroma a alfazema que lhes pertencia.
Não gostava especialmente do passadiço feito com ripas de tábuas que serpenteava desde a borda da praia , o paredão como lhe chamavam até à tenda de lona azul onde tinha o balde , as pás , as formas junto a uma série de brinquedos a que não achava graça , assim como não achava à brincadeira de fazer castelos de areia molhada ali na borda do mar para o ver aproximando aos poucos e aos poucos desfazendo um a um cada um dos seus torreões deixando a areia molhada espalhada sem graça misturada com a espuma das ondas .....mas que graça tinha tudo aquilo .....? e sentada à beira mar , sentindo areia entrar para dentro do fato de banho que começava a picar , as mãos engelhadas pela permanência na água , os dedos ficando de um tom arroxeado e doendo , suspirava pela sombra do pomar , pelo som suave e cantarolado do riacho tão diferente do ruído agressivo do imenso mar que se estendia até perder de vista......
Não , aquelas férias na praia , com as tardes sentada na esplanada comendo gelado que pingava um molho doce e pegajoso , incomodo e desagradável nas mãos e invariavelmente no vestido tornando tudo num conjunto que pedia " vamos lavar com água doce ..."
Não aquilo apesar de lhes chamarem férias de Verão não eram as minha férias !
Era uma espécie de doloroso intervalo das férias até de novo regressar á quinta , ao quarto por onde de noite pela janela aberta entrava o cheiro a terra quente o suspiro do cão , o refilar do mocho , o canto longínquo das rãs e onde adormecia sem cuidados , mergulhada naquela segurança de que o dia ia acordar com a casa a cheirar a fatias douradas .....
Isso sim eram as férias grandes , as Ferias de Verão
quinta-feira, 16 de julho de 2015
terça-feira, 14 de julho de 2015
"Instante " mágico
Havia sempre aquele "instante" mágico que se seguia ao toque das vésperas.
A tarde tinha acabado , diziam os sinos e com ela o abrasador calor que lhe pertencia ia embora .
A paz serena em que tinha mergulhado a casa na sesta durante as horas de calor , acabava .
A vida retomava o ritmo animado , eu saia do quarto a correr , descia as escadas e corria para o jardim ao encontro do caseiro que certinho como o relógio da igreja já estava de sachola ao ombro a caminho da horta .
As sandálias iam sempre mal apertadas e tão certo como o relógio da igreja era o trambolhão e os joelhos sujos de terra limpos apressadamente no vestido . Tinha de chegar a tempo de ouvir o sacho entrar na terra seca abrindo um carreiro que se enchia de água e vê-la então correr apressada pela levada .
Era a melhor parte do dia , correr de sandálias desapertadas tentando acompanhar a corrente de água onde colocava um pedacinho de madeira que navegava descontrolado na corrente de água límpida . A ideia era chegar primeiro ali em baixo onde a sachola do caseiro num novo golpe certeiro desviava a água para outro carreiro e observar maravilhada o pedacinho de madeira que dava a curva , rodopiava indeciso mas acabava seguindo feito maluco pelo novo sulco a caminho das nabiças .
Melhor que isto só andar depois no meio da terra preta e molhada apanhando os escaravelhos das batatas que tinham aparecido depois da água ter passado . Pretos com riscas verdes e alaranjadas eram transportados aos molhos para terra seca numa missão de salvação que me dava uma imensa sensação de dever cumprido, ficando depois a vê-los apressados esgravatando a terra onde desapareciam .
O fim de tarde era uma parte do dia muito boa , trazia toda aquela brincadeira , a lembrança do que tinha sido feito desde o amanhecer e a alegre promessa de um novo dia .
Eram as férias grandes , as férias de Verão !
A tarde tinha acabado , diziam os sinos e com ela o abrasador calor que lhe pertencia ia embora .
A paz serena em que tinha mergulhado a casa na sesta durante as horas de calor , acabava .
A vida retomava o ritmo animado , eu saia do quarto a correr , descia as escadas e corria para o jardim ao encontro do caseiro que certinho como o relógio da igreja já estava de sachola ao ombro a caminho da horta .
As sandálias iam sempre mal apertadas e tão certo como o relógio da igreja era o trambolhão e os joelhos sujos de terra limpos apressadamente no vestido . Tinha de chegar a tempo de ouvir o sacho entrar na terra seca abrindo um carreiro que se enchia de água e vê-la então correr apressada pela levada .
Era a melhor parte do dia , correr de sandálias desapertadas tentando acompanhar a corrente de água onde colocava um pedacinho de madeira que navegava descontrolado na corrente de água límpida . A ideia era chegar primeiro ali em baixo onde a sachola do caseiro num novo golpe certeiro desviava a água para outro carreiro e observar maravilhada o pedacinho de madeira que dava a curva , rodopiava indeciso mas acabava seguindo feito maluco pelo novo sulco a caminho das nabiças .
Melhor que isto só andar depois no meio da terra preta e molhada apanhando os escaravelhos das batatas que tinham aparecido depois da água ter passado . Pretos com riscas verdes e alaranjadas eram transportados aos molhos para terra seca numa missão de salvação que me dava uma imensa sensação de dever cumprido, ficando depois a vê-los apressados esgravatando a terra onde desapareciam .
O fim de tarde era uma parte do dia muito boa , trazia toda aquela brincadeira , a lembrança do que tinha sido feito desde o amanhecer e a alegre promessa de um novo dia .
Eram as férias grandes , as férias de Verão !
sexta-feira, 10 de julho de 2015
Férias de Verão
Esperar que a casa adormecesse fazia parte da rotina e encanto das férias de Verão . Fazia-se escuro ao apagar das luzes , a janela do quarto deixava entrar sempre uma brisa que cheirava a terra e quando tudo parecia que ia adormecer o ruído de uma porta que se abria.....os passos ligeiros ao longo do corredor a caminho da cozinha....o ranger da porta do frigorífico seguido do abrir de um dos armários....era o dos copos pois ouvia-se de seguida o vidro pousando na pedra da mesa de cozinha .....alguém tinha ido ao leite . De novo passos ligeiros no corredor e o entreabrir de outra porta ....um sussurrar quase inaudível seguido de um gargalhada que fugia alegre ....os passos seguem-se mais apressados e o bater de duas portas em simultâneo era a promessa de que finalmente a casa ia adormecer.
Eis senão quando um ranger de pneus lá fora avisavam que o familiar que fora sair depois de jantar regressava sem cuidados para não acordar o casarão e quem nele dormia .Uma janela era aberta com o mesmo descuido , mais um sussurrar este já audível "ai és tu !" " quem havia de ser a esta hora ? - algum lobo mau - um riso de troça marota " e o bater da porta do carro , o ruído das chaves, o ranger da porta da entrada e o seu bater seco seguido de passos seguros ao longo do corredor , também estes a caminho da cozinha ......abria-se o armário dos copos....o vidro fazia barulho ao pousar na pedra da mesa de cozinha....a torneira guinchava ao ser aberta....a água fazia barulho ao encher o copo...a torneira tornava a guinchar ao ser fechada ....o familiar que tinha saído depois de jantar e acabava de regressar a casa pousava o copo dentro do lava loiça ......passos no corredor...para o quarto do avô?....não ia ao escritório . O interruptor fazia clic e o escuro da noite era de novo iluminado .
Papéis ....gaveta...outra gaveta , esta a ser fechada , o sofá raspava no chão , o interruptor fazia de novo clic e voltada de novo a ser escuro .Passos no corredor , uma porta a ser aberta logo fechada agora com cuidado .....
Lá fora o mocho que vivia na árvore em frente da janela mostrava ruidosamente que queria a noite só para ele ....uma rã lembrava-se de cantarolar lá ao longe e o cão lançava um suspiro como só ele sabia......depois o silêncio apenas cheio dos rangeres da casa que finalmente ia adormecer ....
Eram as férias de Verão ! Felizes férias de Verão!
Eis senão quando um ranger de pneus lá fora avisavam que o familiar que fora sair depois de jantar regressava sem cuidados para não acordar o casarão e quem nele dormia .Uma janela era aberta com o mesmo descuido , mais um sussurrar este já audível "ai és tu !" " quem havia de ser a esta hora ? - algum lobo mau - um riso de troça marota " e o bater da porta do carro , o ruído das chaves, o ranger da porta da entrada e o seu bater seco seguido de passos seguros ao longo do corredor , também estes a caminho da cozinha ......abria-se o armário dos copos....o vidro fazia barulho ao pousar na pedra da mesa de cozinha....a torneira guinchava ao ser aberta....a água fazia barulho ao encher o copo...a torneira tornava a guinchar ao ser fechada ....o familiar que tinha saído depois de jantar e acabava de regressar a casa pousava o copo dentro do lava loiça ......passos no corredor...para o quarto do avô?....não ia ao escritório . O interruptor fazia clic e o escuro da noite era de novo iluminado .
Papéis ....gaveta...outra gaveta , esta a ser fechada , o sofá raspava no chão , o interruptor fazia de novo clic e voltada de novo a ser escuro .Passos no corredor , uma porta a ser aberta logo fechada agora com cuidado .....
Lá fora o mocho que vivia na árvore em frente da janela mostrava ruidosamente que queria a noite só para ele ....uma rã lembrava-se de cantarolar lá ao longe e o cão lançava um suspiro como só ele sabia......depois o silêncio apenas cheio dos rangeres da casa que finalmente ia adormecer ....
Eram as férias de Verão ! Felizes férias de Verão!
quinta-feira, 9 de julho de 2015
quarta-feira, 8 de julho de 2015
terça-feira, 7 de julho de 2015
segunda-feira, 6 de julho de 2015
quinta-feira, 2 de julho de 2015
quarta-feira, 1 de julho de 2015
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